Acidentes ofídicos em cavalos: veja os tipos e quais são cuidados necessários

Acidentes ofídicos em cavalos veja os tipos e quais são cuidados necessários

Acidentes ofídicos em cavalos são situações emergenciais ocasionadas pelo envenenamento do animal a partir das toxinas de serpentes peçonhentas. Por ser um problema recorrente no dia a dia do campo, é fundamental entender a situação clínica e patológica do equino.

É importante salientar que o envenenamento só acontece quando o veneno é inoculado no sangue. Nesses casos, pode causar até o óbito do animal. Em geral, a cabeça – sobretudo a boca -, pescoço, tórax e patas são as áreas mais atacadas. Isso se deve ao fato de que, na tentativa do cavalo abaixar para tentar identificar o que está em sua frente, ele acaba sendo picado.

Neste artigo, entenda como ocorrem os acidentes ofídicos em cavalos e as principais maneiras de tratá-los.

Identificação de acidentes ofídicos em cavalos

Os cavalos são animais mais sensíveis às picadas das cobras. Consequentemente, os equinos apresentam sinais clínicos que indicam a existência do problema. 

Recorrentemente, os acidentes ofídicos em cavalos geram dor aguda, inchaço instantâneo, hematoma, problemas para deglutir e em seu sistema respiratório, assim como hemorragias no local da picada. Outras características podem ser apresentadas a depender do tipo de veneno da cobra. Por isso, o médico veterinário precisa avaliar a coagulação e as alterações no sistema nervoso e renal. 

Há relatos sobre animais que não conseguem abrir os olhos, em casos de picadas de cascavel. Outro atributo indicativo de picada é a urina com coloração escura ou avermelhada. 

Tipos

Os acidentes ofídicos em cavalos podem ser classificados em quatro grupos de acordo com a cobra:

  • botrópico
  • crotálico
  • laquético
  • elapídico

O acidente botrópico designa as picadas de serpentes Bothrops, cobras mais agressiva e as principais causadoras de problemas em cavalos. No Brasil, encontram-se 30 tipos. São animais com rotinas noturnas, de lugares úmidos e sem luz, vistas em beiras de rios e lagos. As lesões da picada danificam o tecido, provocam hemorragias, mudam a coagulação sanguínea, causam dor e inchaço. Casos graves são caracterizados por necroses, abscessos, aumento de suor, baixa tensão arterial e choque. 

O gênero Crotalus causa acidente crotálico, sendo que, no Brasil, encontra-se apenas a cobra Crotalus durissus, chamada por cascavel, animal típico de locais secos e quentes. Sua picada causa lesão nos músculos do cavalo, provoca o escurecimento da urina e até parada da respiração. O veneno dessa cobra é coagulante, o que ocasiona os problemas citados.

Já o acidente laquético, são acarretados por cobras Lachesis, vistas em florestas úmidas da América Latina. Os sinais clínicos são parecidos com o botrópico; também provocam diarreia, tortura, ritmo cardíaco irregular e pressão arterial baixa. 

O acidente elapídico, por sua vez, é o menos recorrente no país, apesar de ter o maior número de cobras do gênero Micrurus. São animais com baixa incidência de ataques. Contudo, isso não significa gravidade. Sua picada é uma das mais letais em cavalos. Quando picados, os animais podem ter paralisia dos músculos, bloqueio de impulsos nervosos e até morte. 

Formas de tratar o animal

O primeiro passo em  acidentes ofídicos em cavalos é tentar manter o animal calmo e imobilizado para que o veneno não circule pela corrente sanguínea. Para tratar adequadamente o animal, deve-se empregar métodos clínicos e de laboratório para avaliação do quadro de saúde. Para tanto, o médico veterinário precisa avaliar a coagulação do sangue e a ocorrência de problemas nos rins e no fígado. Somente com essas investigações é possível estabelecer uma forma de tratamento eficaz. 

Em geral, aplica-se, rapidamente, o soro antiofídico polivalente para tratar acidentes com picadas de cobras. A exceção é para casos elapídicos. Também pode haver a especificidade de usar soros antibotrópico, anticrotálico e antilaquético quando se identifica a cobra. Na farmacologia, não há soros específicos para as cobras Micurus. Nessas situações, são usados remédios para interromper o bloqueio neuromuscular. 

Uma dica fundamental é não fazer torniquetes, visto que a aplicação do método pode gerar necrose do local. Se o equino foi picado por uma cobra não peçonhenta, o veterinário indicará um antibiótico específico, junto ao soro, para o tratamento.

Situações emergenciais, como os acidentes ofídicos em cavalos, podem acontecer inesperadamente. No entanto, é vital saber como lidar diante dos problemas e saber como tomar decisões rápidas e precisas. Para isso, faça o Curso de Primeiros Socorros em Equinos. Com as aulas práticas, você aprende como reconhecer sinais clínicos e como agir.  

Fontes: ATBPA; Tudo Vet; Eventos UFRPE; PubVet.