Entenda o que são distúrbios de oclusão dentária em equinos

distúrbios de oclusão dentária em equinos

A odontologia é uma especialização fundamental na veterinária, principalmente quando envolve a saúde bucal dos cavalos. Problemas relacionados à oclusão dentária em equinos demandam atenção e cuidado, visto que um dos pilares da qualidade e integridade física dos equinos é a nutrição, para a qual a adequada mastigação é fundamental.

Portanto, médicos veterinários focados na clínica equina e proprietários destes animais devem estar a par das principais lesões orais e quais as recomendações no casos desses distúrbios. Conheça a seguir as enfermidades causadas pela oclusão dentária nos cavalos e tire suas dúvidas ao longo do artigo. 

O que é oclusão dentária em equinos

Os equinos são considerados animais anisognatas, ou seja, que possuem ossos da face desiguais, sendo a mandíbula mais estreita do que maxila. Os dentes inferiores são 30% mais estreitos que os superiores, fazendo com que os dentes molares e pré-molares apresentem áreas oclusais também desiguais.

Nenhum dente é anatomicamente “plano” nos arcos dentários dos equinos. O ângulo oclusal normal maxilar nos dentes 2° pré-molares, por exemplo, é de cerca de 19° e segue diminuindo, progressivamente, até atingir 10° nos 3° molares. Já o ângulo oclusal normal mandibular inicia-se com cerca de 15° nos 2° pré-molares e segue aumentando até por volta de 32° nos 3° molares. 

Entretanto, considerando que a oclusão dentária é o contato dos dentes superiores com os inferiores ao fechar a boca, irregularidades nessa superfície causam restrições dos movimentos mandibulares durante a mastigação dos equinos e podem dar início a processos dolorosos. 

Principais distúrbios bucais nos cavalos

Dentes devem estar juntos e devidamente alinhados para que haja o máximo de eficiência mastigatória. Quando isso não acontece, dizemos que o animal pode estar com algum tipo de distúrbio bucal. 

Dentre as maloclusões dentárias, merecem destaque o braquignatismo, o prognatismo, as rampas e os ganchos. 

No braquignatismo a face oclusal dos dentes incisivos superiores está situada mais rostralmente em relação aos incisivos inferiores. Esta é uma enfermidade congênita, que ocorre em 10% dos animais e é causadora da diminuição da mandíbula, culminando com a projeção à frente dos incisivos maxilares.

Já no prognatismo ocorre o contrário, sendo que a mandíbula é maior do que a pré-maxila. A face oclusal dos dentes incisivos inferiores está situada mais rostralmente em relação aos incisivos superiores e resulta nos mesmos problemas de projeção dos dentes.

As rampas consistem num crescimento anormal dos últimos molares inferiores na sua porção caudal. Por fim, os chamados ganchos consistem num crescimento anormal dos primeiros pré-molares superiores na sua porção frontal. Eles podem se tornar tão grandes que chegam a penetrar no céu da boca dos animais. 

Estes distúrbios de oclusão causam lacerações e dor no momento de colocar a embocadura. Suas principais causas são genéticas, traumáticas, falta de coordenação nas taxas de erupção e desgaste dos dentes. 

Se não tratados, estes problemas podem levar ao aparecimento de outras patologias dentárias e mastigação deficiente.

Como agir diante de casos de oclusão dentária

Já sabemos que o bom cuidado com os dentes garante a melhora do rendimento dos cavalos. Agir diante de situações que contribuem para a queda do desempenho devido a dor oral é fundamental. Portanto, em casos de oclusão dentária em equinos deve-se tratar o potro logo nos primeiros meses de vida.

O tratamento para braquignatismo e prognatismo pode ser através de métodos paliativos, como o desgaste regular de alguns dentes, ou cirurgia para a colocação de fios de aço na arcada dentária, como forma de contenção. Já para casos de rampa ou gancho, fazer a boca do cavalo pelo menos uma vez ao ano ajuda a impedir o desenvolvimento e suas respectivas complicações.

Vale reforçar que equinos com distúrbios de oclusão congênitos não devem ser designados para procriação, já que os descendentes poderão ter o mesmo problema. 

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Fontes: Escola do Cavalo, Cursos CPT, NETO, Álvaro de Oliveira Paiva, Equinvest.