Em Poços de Caldas, cavalo passa mal por excesso de trabalho e ameaça atração turística.

Em Poços de Caldas, localizada a 451 Km de Belo Horizonte, os passeios em charretes caracterizam uma das atrações turísticas da cidade. Mas nos últimos tempos o assunto passou a ser polêmico no local, depois que um cavalo passou mal por excesso de trabalho.

A Associação dos Charretistas de Poços de Caldas excluiu o dono do cavalo, mas a medida não satisfez os ativistas da causa animal, que analisam medidas entre acabar com as charretes ou mudar as regras para a atividade.

A veterinária Sheila Patresi dos Santos, que testemunhou, no último dia 30 de dezembro, a situação do cavalo, desmaiado por exaustão, fez um abaixo-assinado, para mudar as regras para os charreteiros. O abaixo-assinado tem até agora 585 assinaturas, pouco em comparação às 5.111 adesões obtidas pelo grupo de moradores mais radicais, que querem o fim das charretes. O documento está disponível na internet e vai ser enviado à Câmara para se transformar em projeto de lei.

No abaixo assinado organizado por Sheila, em vez de  um cavalo trabalhar as 12 horas por dia, das 6h às 18h, como permite lei municipal, o uso de três animais, por charrete, no mesmo período.

 “Assim eles se cansariam menos. Outra medida importante seria encontrar raças adequadas para tração, porque todos os cavalos usados nas charretes são animais mestiços, inadequados para essa função”, afirma a veterinária.

Segundo José Carlos Polli, secretário municipal de Turismo e Cultura de Poços de Caldas é impossível acabar com os passeios de charretes, já que 50 famílias dependem dessa atividade, alem de ser muito procurada pelos turistas. “O que aconteceu (exaustão do cavalo) foi uma exceção, mas serviu de alerta para nós”.

De acordo Polli, a Prefeitura de Poços de Caldas firmou um convênio com a PUC (Pontifícia Universidade Católica) para dar assistência veterinária aos cavalos.  Os animais, segundo o secretário, serão pesados e examinados periodicamente, para evitar casos como o de dezembro. “Vamos endurecer na fiscalização.”

São recebidos pelo menos 8.000 turistas aos finais de semana em Poços de Caldas. Grande parte deles utilizam as charretes para conhecer os pontos históricos da cidade. Os passeios são feitos por 50 charretes cadastradas, que geram de R$ 150 a R$ 180 por dia aos donos.

A Associação de Proteção dos Animais de Poços de Caldas, defende a mesma ideia do secretário. Segundo Vera Facci, presidente da entidade o que aconteceu em dezembro não pode se repetir, e que os animais precisam ser bem tratados.

Segundo a veterinária Sheila Patresi dos Santos, o excesso de trabalho pode levar os cavalos à morte. Ela diz que um cavalo vive entre 22 e 25 anos, mas que, nas condições em que trabalham nas charretes de Poços de Caldas, esse tempo cai para 12 anos.

“Todo mundo imagina que os cavalos são animais fortes, resistentes. Pelo contrário, são muito sensíveis. E os que puxam as charretes ficam sem se alimentar e sob o sol quando estão em atividade.”

Fonte: Uol Notícias

Adaptação: Escola da Cavalo

 

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