Entendendo a anatomia e a fisiologia reprodutiva do garanhão equino

Cada componente do sistema reprodutor de todos os animais domésticos propaga-se a partir do desenvolvimento do corpo e passa por diferenciação histológica. A competência funcional não é concluída, simultaneamente, em todos os componentes do sistema reprodutor. Na puberdade, todos os componentes desse sistema alcançam estágio avançado de desenvolvimento, para que ele seja funcional.  Em cavalos, um aumento significativo do peso testicular, na produção diária de espermatozóides e na reserva de esperma epididimal, ocorre até os 15 anos de idade.

Quanto à anatomia do garanhão, segundo o estudioso Hafez, as gônadas masculinas (testículos) situam-se fora do abdômen, no escroto.  O canal inguinal dá passagem aos vasos e nervos para o suprimento da genitália externa. Os espermatozóides deixam o testículo pelos ductos extratores até chegar aos ductos condutores. As glândulas acessórias liberam seu conteúdo no ducto extrator ou na uretra. A uretra leva a porção secundária do pênis na saída pélvica. Nesse local, unem-se mais dois corpos cavernosos para formar o corpo do pênis. Alguns músculos agrupados ao redor da saída pélvica contribuem para a constituição da raiz do pênis. O ápice ou parte livre do pênis é coberto por pele modificada e o restante esta incluso no prepúcio. O testículo e o epidídimo são supridos pela artéria testicular que se origina da aorta dorsal.

O tamanho dos testículos varia ao longo do ano em animais de estação reprodutiva sazonal, como o cavalo, devido ao aumento da atividade reprodutiva. Para um funcionamento eficiente, os testículos dos mamíferos devem ser mantidos em temperatura inferior que a do corpo. Características anatômicas dos testículos e escrotos permitem a regulação da temperatura testicular. Na pele escrotal, receptores de temperatura podem provocar respostas para diminuir a temperatura corporal e provocar palpitação e transpiração. Além disso, pode também alterar a espessura e a superfície do escroto e variar a proximidade de contato do testículo com a parede do corpo. No cavalo, essa ação pode ser suportada pelo músculo liso que pode abaixar ou elevar os testículos de acordo com a temperatura ambiente. De acordo com Hafez, essa termorregulação em conjunto com o mecanismo de contracorrente, proporcionado pela artéria testicular e veias testiculares, é importante para uma melhor produção espermática.

Além disso, no pênis de mamíferos, três corpos cavernosos agregam-se ao redor da uretra peniana. Nos garanhões, os corpos cavernosos contêm espaços cavernosos grandes, que durante a ereção se enchem de sangue, resultando em um considerável aumento de tamanho, o que produz considerável alongamento e dilatação no pênis. A estimulação sexual produz a dilatação das artérias que suprem esses corpos cavernosos. O recolhimento do pênis para dentro do prepúcio se dá após cessar a pressão dos corpos cavernosos.

Durante a ejaculação, que ocorre por ação dos músculos lisos, o músculo bulbo esponjoso comprime o bulbo peniano e, então, bombeia o sangue dele para dentro do restante do corpo esponjoso do pênis. As mudanças de pressão que ocorrem no corpo esponjoso do pênis durante a ejaculação são transmitidas para o corpo esponjoso da glande, que aumenta de tamanho dos órgãos sexuais nos equinos. As falhas de ereção são provocadas por defeitos estruturais bem como por causas psicológicas, como o estresse.

 

Fonte: Cavalo do Sul de Minas

Adaptação: Revista do Cavalo

 

 

 

 

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