Mercado da raça crioula é impactado com morte de importantes reprodutores

O atual regulamento da ABCCC não permite a utilização de sêmen congelado de cavalos que já morreram. Nos últimos dois anos a raça crioula perdeu importantes reprodutores e essas perdas refletem no mercado. A lista de grandes garanhões perdidos nos últimos dois anos soma mais de 20 nomes do registro de mérito da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC), entre eles BT Faceiro do Junco, Piraí 1569 do Brazão, BT Apache, San Baldomero Puestero, Santa Elba Comediante, BT Inteiro do Junco, CRT Guapo, BT Lamborguine, Buenacho 04 do HV e Farândola do Itapororó. O número é bastante expressivo diante do tamanho do livro dos animais com mérito, que tem menos de 500 exemplares, muitos também já mortos há algum tempo.

De acordo com o técnico da ABCCC, Rodrigo Albuquerque Py, eram garanhões provados, animais que já tinham performance como indivíduos e como pais extremamente comprovados dentro da raça. Eram animais, que apesar de jovens, já tinham filhos começando a campanha com excelente performance. Quando se perde animais desse nível, dessa qualidade, é sempre um baque genético na raça crioula.

''O novo regulamento que não permite a utilização de sêmen congelado de cavalos que já morreram, implantado pela ABCCC está em fase de testes. A explicação para não abrir de cavalos mortos é de preservar determinada genética para que isso no futuro não venha a prejudicar o mercado de garanhões. É uma forma de preservar essa inseminação e testar. Talvez futuramente vá ser alterado, mas é uma forma de não abrir totalmente no início'', explica Py.

BT Lamborguine, da Estância Carapuça, do município de Cristal (RS), morreu em março de 2012, o cavalo que norteava praticamente todo o trabalho da criação, sendo grande campeão da Expointer, pai de uma grande campeã, de uma reservada grande campeã e uma terceira melhor fêmea, além de uma campeã do Freio de Ouro.

Roberto Crespo, administrador da cabanha  disse que a morte de BT Lamborguine pegou todos de surpresa, ele era um cavalo novo ainda, tinha um futuro brilhante como reprodutor e pai de cabanha. A cabanha estocou 300 doses de sêmen do animal com a esperança de alguma mudança no regulamento.

É preciso achar novos reprodutores, o mercado da raça já se movimenta nesse sentido, com a tendência de vender garanhões provados, em cotas. Atualmente existe uma carência no mercado por cavalos bons e provados, então quem tem começa a abrir parte dessa genética para que outros criadores tenham acesso a essa genética, comenta o técnico da ABCCC.

Na Estância Carapuça, RZ Rodopio da Carapuça, filho de Lamborguine, começa a se destacar. O animal conquistou a quinta colocação no Bocal de Ouro e, há poucos dias, uma filha dele venceu uma prova de doma realizada pelo próprio cabanheiro da estância, que era o companheiro fiel de BT Lamborguine.

O cabanheiro, Leandro dos Santos Oliveira, acredita que os filhos do Rodopio vão surpreender muito também, porque essa égua, a primeira que ele pegou do Rodopio e já está dando alegria para todos. "Quanto ao Lamborguine, esse não tem igual. Foi o carro-chefe da Carapuça e vai ser difícil encontrar outro igual a ele", disse Oliveira.

Fonte: Pecuária Rural

Adaptação: Escola do Cavalo

 

 

 

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