O mundo do cavalo se encontra na Equitana

A cada dois anos, o mundo do cavalo se encontra na Alemanha. A Equitana é uma feira que reúne mais de 40 raças de 30 países diferentes.

É na cidade de Essen, na Alemanha que acontece a Equitana, feiras que reúne o maior numero de raças de cavalos do mundo. A cidade, assim como Frankfurt, Hannover e Dusseldorf, a cidade se especializou na realização de feiras e exposições. A cidade, que possui uma estrutura imensa, com vários pavimentos e quatro entradas, recebe cerca de 40 mil pessoas e  conta com a participação de mais de 1000 cavalo. Devido o grande numero de raças e a variedade de países a feira é considerada a maior feira eqüestre do mundo.

Em cada um dos 17 pavilhões do parque de exposições tem um cercado, um picadeiro, onde uma raça perfila de 15 em 15 minutos. Há também uma grande arena para exibições mais elaboradas, onde ocorrem dezenas de apresentações simultâneas como, por exemplo, do cavalo inglês, usado na caça à raposa; do tenessee walking, o marchador dos Estados Unidos; do garboso andaluz, a pura raça espanhola; e dos representantes das linhagens germânicas de hoje, cujos ancestrais participavam de competições esportivas na antiguidade, como a corrida de quadriga romana, carro puxado por quatro cavalos emparelhados. As inúmeras e sucessivas exibições são como shows especiais de cada uma das 40 raças que participaram da Equitana em 2011.

Os visitantes passeiam pela feira para conhecer as novidades. Este ano uma delas é a loja de produtos naturais para fazer chás para cavalos. São ervas que possuem várias utilidades, problemas intestinais, de estômago e respiratórios entre outros.

A vendedora explica que os cavalos são muito sensíveis, e sempre reagem bem a esses tratamentos.  "Na verdade, é uma mistura. São várias ervas, sobressaindo a camomila. Você põe a erva numa vasilha, vem com água quente, espera um pouco e depois mistura sobre a ração, diz Julia.

Outra novidade que tem feito sucesso são as essências naturais, conhecidas como "florais de Bach". Essas são misturas que um médico inglês inventou para auxiliar no tratamento das emoções negativas. Sandra Müller, que tem uma tropa de 30 animais, levou toda coleção de tinturas destinada ao equilíbrio dos sentimentos ruins e também um pote de cogumelos comestíveis chamado "calmmatrix".

 "No produto tem antioxidantes, aminoácidos e vitaminas, ingredientes que atuam no sistema imunológico. Meus clientes vêm usando com sucesso em cavalos destemperados. Em duas semanas, voltam a montar, felizes", diz o inventor e fabricante Christian Ehrenberg.

O veterinário brasileiro Aluízio Marins, que tem especialização nos Estados Unidos e Europa, dirige a universidade do cavalo no Brasil e não perde uma Equitana. "Uma das coisas que a gente vê bastante é a ausência dos medicamentos injetáveis e o aumento dos produtos naturais", diz.

A tendência é a de o cavalo ser tratado mais como um parceiro, um companheiro, a quem são oferecidos petiscos, biscoitinhos vistosos nos sabores de banana, mirtilo, eucalipto, baunilha e abacaxi. A parte de rações, propriamente, é variadíssima. Tem por raça, por esporte, por serviço, por idade e até para cavalo aposentado e sem dente.

A seção para treinamento traz alternativas interessantes para quem não pode sair com o cavalo. O rodador exercita vários animais ao mesmo tempo em velocidades variadas. A esteira foi desenvolvida para o animal ganhar musculatura, ganhar força e melhorar a função cardíaca. Alguns modelos apresentam a opção do compartimento blindado para ser preenchido com água. Em uma esteira com piscina, dá para duplicar a eficiência do esforço.

A limpeza é uma questão séria para quem mantém a tropa em baia, como na maioria dos casos na Europa. A cama, a camada de palha, serragem ou material sintético que forra o chão, é caríssima. A tratadora Sáskia Cózman tem que tirar a sujeira de 30 baias todo dia. "O movimento de balançar o ancinho para separar o estrume do cavalo da cama sobrecarrega a musculatura. Depois de duas horas fazendo essa tarefa, dá muita dor no braço. Tive uma lesão séria no cotovelo", diz Sáskia.

O engenheiro aposentado Klaus Schwécker bolou uma máquina separadora de estrume. Tem uma peneira que vibra deixando cair a preciosa cama. Ele diz que o barulho não atrapalha o cavalo e que o consumo de energia é o mesmo de uma lâmpada. O equipamento custa seis mil reais.

Qual a diferença entre o público ligado ao cavalo no Brasil e o da Europa? A pergunta foi feita ao juiz de provas e professor Paulo Roberto Ribeiro e à veterinária e professora de equitação Cláudia Lechonski, dois especialistas brasileiros que foram visitar a Equitana.

"As pessoas enxergam o cuidar do próprio cavalo como parte integrante de se ter um cavalo", responde Cláudia.

"No Brasil, nós temos uma cadeia bem diferente. Nós temos o criador de cavalo, o treinador, o tratador e o usuário. A cadeia na Europa tem um número enorme de usuários", completa Ribeiro.

Na Europa, os usuários formam uma imensa legião. Só a federação equestre alemã conta com quase dois milhões de cavaleiros registrados. É um mercado vigoroso. A Equitana fatura um bilhão de reais com a venda de roupas, medicamentos, ração e tralhas de montaria.

 

Fonte: Globo Rural Adaptação: Escol ado Cavalo  

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