Transferência de Embriões em Equinos: Garantia de sucesso para o melhoramento genético

 Em 1972, ocorreu a primeira transferência de embriões bem sucedida, em equinos, descrita por Oguri e Tsutsumi. A transferência de embrião consiste na coleta e resfriamento de embriões (Ley, 2006).

Em equinos, a transferência de embriões tem aumentado, rapidamente, nas últimas décadas. Entretanto, ela tem sido limitada por problemas técnicos, assim como por algumas características biológicas, muito peculiares, se comparada com a transferência em bovinos.

Éguas idosas e com histórico reprodutivo ruim são as principais candidatas escolhidas para o programa de transferência de embriões. Aquelas que não conseguem produzir um potro por monta natural ou inseminação artificial. Ou estão em competição, ou são éguas de alto valor comercial, embora, nesses casos, as taxas de perda embrionária sejam maiores e a fertilidade esteja em decréscimo, devido à idade das éguas.

Égua super-ovulada e a variação na duração do ciclo estral das éguas são dois fatores limitantes para a transferência de embriões equina.

A coleta do embrião é semelhante à técnica de lavagem uterina. Ley (2006) a descreve: a égua é contida em um tronco, tem a região perineal lavada com detergente neutro, enxaguada completamente com água limpa e secada. O técnico, utilizando luva plástica estéril, com lubrificante, introduz um cateter de silicone estéril de 80 cm x 8 mm de diâmetro com um balão na extremidade. Após entrar na vagina, o cateter é passado pela cérvix até chegar ao corpo do útero e o balão é inflado com aproximadamente 80 ml de soro fisiológico estéril. O balonete é então posicionado na parte posterior da cérvix, para evitar a perda de líquido. Uma vez que este balão esteja posicionado corretamente, o útero é enxaguado de 3 a 4 vezes com soro fisiológico, tampão, fosfato modificado de Dulbeco (DBPS) aquecido (37,5°C), contendo soro fetal ou de recém-nascido bovino, a 1%, penicilina (100 unidades/ml) e estreptomicina (100 μg/ml).

 O útero é preenchido com 1 a 2 litros de DBPS, durante cada lavagem. Depois de preenchido, o líquido volta pelo cateter e passa por um filtro de embrião de 0,75 a 0,80 μ. O filtro não pode transbordar ou ressecar para evitar a perda de embriões. O líquido passa pelo filtro e é coletado para monitorar sua recuperação. Antes do final, o útero é massageado, através do reto, para auxiliar a suspensão de embriões no meio, e aumentar a recuperação desse líquido. A maioria do líquido infundido (> 90%) deve ser recuperada e estar livre de debris celulares ou sangue. Um líquido turvo indica que a égua apresenta endometrite ativa e requer um diagnóstico adicional. A contaminação sanguínea do líquido está associada a uma massagem muito vigorosa do útero e/ou manipulação excessiva do cateter. Após o procedimento de lavagem, o corpo do filtro é esvaziado em uma placa estéril, com grades, e enxaguado com DPBS. O líquido é então examinado para a procura de embriões, usando microscópio com aumento de 10 a 20 vezes. Embriões grandes (~8° dia) são frequentemente visualizados a olho nu.

Quando um embrião é identificado, ele é “lavado” com DPBS e colocado em uma pequena placa de petri contendo o mesmo meio. O embrião é então examinado com grande aumento (40 a 80 vezes) e graduado em uma escala de 1 (excelente) a 4 (ruim).

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Por: Maria Claudia Miranda

Fonte: Cavalo do Sul de Minas

Adaptação: Escola do Cavalo

 

 

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