Estação de monta equina: entenda o uso de luz artificial

Quando se fala em reprodução de cavalos, a primeira coisa que deve vir à mente de quem deseja ingressar nessa área é a estação de monta equina. De forma muito simples, as éguas são fêmeas consideradas poliéstricas sazonais. Ou seja, seus ciclos se manifestam apenas em um certo período do ano, com sua capacidade reprodutiva ligada à fatores externos, como a incidência de luz.

Para entender o impacto disso nos resultados do manejo reprodutivo, alguns pontos precisam ser considerados. Primeiramente, é fundamental entender que a fertilidade da égua é um aspecto de suma importância a ser considerado por quem almeja atingir níveis satisfatórios de reprodução. Assim, com este cenário, é preciso entender como alcançar esses objetivos reprodutivos, desde a preparação e escolha do animal, acompanhamento do ciclo estral e da observação de fatores que afetam a capacidade reprodutiva.

Neste artigo, vamos tratar do impacto da luminosidade da capacidade reprodutiva da égua, visando entender porque o uso de luz artificial pode auxiliar durante a estação de monta equina. Confira!

Primeiro, o que é estação de monta equina?

A estação de monta equina é a época do ano onde acontecem as manifestações dos comportamentos sexuais desse animais. Isto quer dizer, como já mencionamos, que estes são animais poliéstricos sazonais, ou estacionais como citado em certas fonte. No caso dos equinos, a manifestação de comportamento sexual acontece, principalmente, nos meses com maior incidência de luz.

Assim, o período reprodutivo dos equinos acontece durante as estações primavera e verão,. Ou seja, entre setembro e março em países do hemisfério sul como o Brasil. Neste período de dias mais longos, as éguas, principalmente, aumentam seu cio e o período de competência sexual. Assim, as éguas estão sempre tendo os seus ciclos e capacidade reprodutiva alterada durante o ano inteiro, em virtude principalmente da variação de luminosidade diária. Além disso, a temperatura corporal dos animais tem relação direta com a duração de seus ciclos. No inverno, ou em temperaturas baixas, o ciclo estral das éguas tende a ser desacelerado, enquanto no verão, ou em temperaturas mais altas, o ciclo tende a se ajustar à sua velocidade ‘normal’.

Dessa forma, é preciso pensar a estação de monta equina, juntamente com as variações de luminosidade e clima impactando nos ciclos. Sendo assim, quando analisamos as éguas, outubro e março costumam ser os períodos em que ocorre esta capacidade plena de monta, por causa dos ciclos hormonais e biológicos, que estão totalmente equilibrados.

Vale ressaltar, tudo isso é analisado considerando a condição de saúde dos animais utilizados para a reprodução. Animais que possuam qualquer problema se saúde, seja este reprodutivo ou não, tendem a ter sua capacidade reprodutiva reduzida. Assim, acompanhar os animais, realizar exames fisiológicos e de saúde são preparatórios indispensáveis para a estação de monta equina.

O uso da luz artificial para impulsionar a estação de monta equina

Com a domesticação dos cavalos e a exigência cada vez maior de melhoramento genético nas criações, a estação de monta equina estar atrelada aos períodos de maior luminosidade do ano passou a representar um gargalo para criadores. Além do desenvolvimento de técnicas para o acompanhamento mais eficiente do ciclo estral, foram estudadas outras possibilidades de regular os ciclos durante o ano. Entre essas alternativas está o uso de iluminação artificial.

Esse recurso é utilizado para simular os dias mais longos que acontecem entre primavera e verão, de modo a ‘comunicar’ ao organismo do animal, principalmente das éguas, a chegada do período de monta. A ideia é pensada para que o animal receba, em média, 16h horas diárias de luz, somando natural e artificial. Assim, no período entre cinco da tarde e dez da noite as éguas ficam expostas à luz artificial, simulando o anoitecer tardio do período mais quente.

Contudo, é preciso ter parcimônia, as fêmeas equinas não podem se expor em excesso à luz, como exposições de 24 horas para aumentar seus ciclos reprodutivos. Isso prejudica os animais e tem impacto negativo na sua capacidade reprodutiva. 

De um modo geral, esse tipo de artifício é recomendado nos períodos de dias curtos, principalmente após o solstício de inverno. Além disso, a recomendação é que seja mantido por um período entre 6 e 12 semanas. Ainda assim, vale ressaltar que o uso da luz artificial é recomendado para algumas raças, como quarto de milha, que tem o início do ano hípico em julho.

Monitorar o ciclo estral é fundamental para a estação de monta equina

Independente do uso, ou não, da luz artificial como artifício para simular a estação de monta equina ideal, o acompanhamento do ciclo estral das éguas é fundamental para ter sucesso. Sem esse acompanhamento é inviável, por exemplo, entender se o uso da luz artificial está tendo o impacto desejado nas fêmeas expostas. Monitorar esse período, conhecendo as particularidades de cada raça e animal, é um ponto base para quem deseja ter sucesso na criação equina.

Para isso, é preciso um veterinário capacitado, já que trabalhar com a palpação e ultrassonografia de éguas não é tarefa simples. Conhecer as nuances de cada período do ciclo e saber observá-las por meio da palpação e da ultrassonografia é essencial para determinar o momento certo de uma inseminação ou monta natural. Ter uma estação de monta equina de sucesso, é entender a fisiologia de garanhões e éguas, como estes se comportam nesse período e, até mesmo, o que procurar quando se precisa simular esse momento com, por exemplo, luz artificial. 

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Fonte: Shop Veterinário e Cirurgia de Equinos