Reprodução equina: entenda mais sobre a seleção de éguas reprodutoras

O trabalho com reprodução equina requer dedicação e atenção. Isso porque, para alcançar boas taxas de sucesso, é preciso considerar os muitos fatores que podem comprometer o resultado, interferindo desde a escolha da biotécnica a ser usada. Como, possivelmente, o principal fator sucesso dessa empreitada está na escolha das matrizes e, por consequência, na seleção de éguas reprodutoras.

Juntamente com a seleção de garanhões, a escolha da fêmea é fator determinante para o sucesso reprodutivo, seja na melhora genética, ou até mesmo, na produção de um maior número de embriões viáveis. Além disso, as fêmeas cumprem papéis mais variados nas técnicas de reprodução e, por isso, é preciso que os responsáveis por conduzir os processos as acompanhem de perto. 

Pensando em todas as particularidades envolvidas na seleção de éguas reprodutoras na reprodução equina, traçamos neste artigo os principais pontos de atenção para veterinários, criadores, tratadores e proprietários que desejam iniciar essa empreitada. 

Neste artigo você vai ver:

  1. Critérios para a seleção de éguas reprodutoras

  2. Importância da seleção de fêmeas na reprodução equina

  3. Cenário nacional e principais técnicas usadas na reprodução equina

  4. Vantagens de um profissional capacitado

Boa leitura!

Critérios para a seleção de éguas reprodutoras

Para a seleção de éguas reprodutoras, os especialistas que estudam as técnicas de reprodução equina indicam que, para ser escolhida como matriz reprodutiva, a égua precisa atender a determinados critérios. Isso se dá porque, de acordo com esse critérios, é possível traçar potros com alto valor genético e que vão propagar as características mais desejadas. Assim, antes de enumerarmos esses critérios, é importante destacar que a égua a ser usada como matriz, ou doadora (dependendo da técnica utilizada), deve apresentar um valor genético verdadeiro, alinhado ao propósito daquela rotina de reprodução. 

Como critérios fundamentais para a seleção de éguas reprodutoras para matrizes genéticas estão:

  • Pedigree;

  • Performance atlética;

  • Conformação e desempenho produtivo;

  • Conformação e desempenho reprodutivo.

Levando em conta tais critérios, a escolha da fêmea cujo material genético será levado adiante é acertada. Tendo sempre em mente que, na análise de histórico e pedigree, a fertilidade é um fator de grande importância para evitar problemas desse tipo nos descendentes. 

Outro ponto em relação às matrizes que devem ser levados em conta no momento da escolha são o tamanho em relação ao garanhão, principalmente para monta natural, idade, temperamento do animal e desenvolvimento das glândulas mamárias.

Contudo, vale ressaltar que, nem sempre a égua é selecionada para a reprodução com o objetivo de oferecer o material genético. Em técnicas como a transferência de embriões, as éguas receptoras são escolhidas por suas capacidades fisiológicas e reprodutivas com o foco na capacidade de carregar a gestação. Além disso, para que as taxas de prenhez se mantenham, as mesmas ainda são selecionadas considerando o alinhamento do ciclo estral com a doadora. Mesmo que neste último ponto a sincronização possa ser feita artificialmente, ele ainda é importante no momento de decidir se a receptora deve ou não ser inseminada.

Importância da seleção de fêmeas na reprodução equina

Além de entender quais critérios avaliar no momento de seleção das éguas reprodutoras, é preciso entender também qual a importância dessa etapa. Numa rotina de reprodução equina, principalmente rotinas que envolvam técnicas avançadas, como a transferência de embriões, a seleção de éguas reprodutoras é fundamental. Para que as técnicas sejam realizadas com sucesso, as éguas apresentam um papel crucial e, portanto os critérios de seleção tanto de matrizes (doadoras) e receptoras, precisam ser seguidos com responsabilidade.

De modo geral, as condições físicas, como capacidade reprodutiva, saúde do sistema reprodutor e fertilidade da fêmea, têm impacto significativo na eficiência dos processos. Sejam eles mais elaborados, como na transferência de embriões, ou apenas no pareamento égua garanhão para monta natural. Portanto, quando os critérios de seleção não são respeitados, ou mesmo a seleção é feita por profissionais pouco ou não capacitados, os resultados esperados já estão comprometidos de início.

Assim, é importante que os responsáveis busquem conhecer os critérios de seleção e qual seu peso em cada uma das técnicas reprodutivas. Dessa forma, é possível traçar o melhor caminho desde as matrizes disponíveis, escolha das técnicas e, até mesmo no manejo em preparação para a estação de monta.

O cenário nacional e as principais técnicas de reprodução equina

Nos últimos anos, o mercado nacional tem se aberto cada vez mais para a equideocultura. Com isso, a necessidade de aprimorar os animais e elevar o padrão genético dos animais nacionais tem se mostrado cada vez mais latente para criadores e proprietários. Assim, as técnicas de reprodução equina vêm ganhando espaço e despertando o interesse de profissionais por todo país.

Diante desse cenário de expansão, algumas técnicas ganharam destaque no mercado e fazem parte do repertório dos mais sucedidos haras e veterinários do segmento. A seguir, listamos brevemente as ditas técnicas que são responsáveis pelo desenvolvimento da equideocultura nacional:

  • Inseminação artificial (IA): a IA é uma técnica utilizada, principalmente, objetivando o aumento do número de progênies de um mesmo macho em um único salto. Em situações em que o sêmen coletado será inseminado em várias fêmeas, imediatamente após o salto, os critérios de seleção delas são ainda mais rigorosos. Isso porque, além de receptoras do material, estas serão as matrizes genéticas do embrião e precisam ter o padrão genético desejado e serem capazes de carregar a gestação;

  • Transferência de embriões (TE): a TE, já citada anteriormente, é uma das principais técnicas de melhoria do padrão genético em criações de cavalos. Ela busca aumentar o número de potros de alto padrão gerados por matrizes desejáveis (garanhão e égua de alto padrão);

  • Produção de embriões in vitro: também chamada de fertilização in vitro (FIV), essa técnica permite realizar o processo de fecundação de matrizes de alto padrão genético em laboratório, com desenvolvimento dos embriões, seguida de inseminação.

Além dessas técnicas que tratam da geração de potros, propriamente, ainda temos biotécnicas que constituem etapas importantes da reprodução equina. 

  • Palpação retal;

  • Ultrassonografia;

  • Avaliação ginecológica;

  • Exame andrológico;

  • Diagnóstico gestacional;

  • Sexagem fetal.

Todas essas estão presentes na rotina do veterinário responsável pela reprodução equina. Por isso, para quem deseja alcançar o sucesso nesse segmento, a experiência é fundamental, seja enquanto veterinário seja na busca do veterinário responsável pela criação.

Vantagens de um profissional capacitado

A reprodução equina é um mercado que representa uma oportunidade para muitos veterinários. Contudo, por exigir do profissional o conhecimento em diversas técnicas, muitas vezes essa área pode representar um desafio. Desde o momento da seleção dos animais, passando pelo manejo diário e preparatório até a reprodução em si, a experiência do veterinário faz a diferença em todos os momentos.

Assim, um profissional capacitado faz parte dos fatores que afetam o sucesso de uma biotécnica reprodutiva. Dessa forma, aqueles que desejam abrir portas nesse segmento podem contar com as seguintes dicas:

  • Buscar aprendizado prático em cursos de extensão e especialização;

  • Participar de estágios e grupos de extensão durante a graduação;

  • Se manter atualizado sobre as técnicas de reprodução equina.

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Fontes: CPT Cursos Presenciais, Shop Veterinário, PINHEIRO, BORTOT e ZAPPA  e LOPES